BEM-VINDO
À BOLÍVIA!!!
A Bolívia é um país da parte central da América do Sul, com relevo variado que inclui a cordilheira dos Andes, o deserto de Atacama e a floresta tropical da bacia do rio Amazonas. A mais de 3.500 m de altitude, sua capital administrativa, La Paz, está localizada no altiplano andino, tendo a montanha Illimani, coberta de neve, como plano de fundo. Perto dali, na fronteira com o Peru, fica o maior lago do continente, o Titicaca, cujas águas têm aparência lisa como o vidro.
LA PAZ
La Paz, a metrópole mais indígena da América do Sul, revela a alma boliviana do mirador Killi Killi, a vista de La Paz, a cidade formada no extenso e profundo vale, rodeado de montanhas e picos nevados dos Andes e repleto de casas com tijolos expostos. Muitos dos seus habitantes optaram por não pintá-las, deixando-as em eterno estado de construção e, assim, não pagar mais impostos ao governo.
Mas ao percorrer as ladeiras da capital mais alta mundo, dá para entender o que está por trás desse famoso retrato da Bolívia: um dos países mais pobres do continente, mas cheio de riquezas naturais, tradições milenares e mistérios arqueológicos que cativam o turista que chega para ver a beleza dos contrastes da metrópole mais indígena da América do Sul. A cidade revela o espírito de um povo que sempre soube adaptar seus valores e crenças ancestrais ao ritmo dos novos tempos.
As cholas, mulheres de longas tranças, vestidas de chapéus e inúmeras saias coloridas, circulam entre os arranha-céus de vidros espelhados, carros importados, fast foods e lojas da moda. Junto à cacofonia produzida pelo intenso tráfego de automóveis, escutam-se as vozes em aimara, quíchua, guarani, e, é claro, no idioma espanhol trazido pelos colonizadores. Atualmente, mais da metade da população boliviana é constituída de índios de mais de 30 etnias, sendo que dessa maioria, grande parte é descendente dos aimaras, como o presidente Evo Morales – primeiro chefe de estado ameríndio da Bolívia.
Os aimaras se associam a si mesmos como a civilização descendente do Império Tiwanaku, que se iniciou em uma pequena aldeia em 1580 a.C, desenvolvendo-se até o ano de 1172, quando talvez uma grande seca tenha gerado escassez de comida, dispersando toda a população. Hoje, um sítio arqueológico feito de pedras de até dez toneladas, e a poucos quilômetros de La Paz, é o principal vestígio de uma das culturas mais antigas da América. Os pacenhos se orgulham desse passado, e, por isso, construíram em uma praça rodeada do agito do centro da cidade uma réplica do Monolito Benet, imensa pedra talhada em forma humana que representa um deus da época.
Do lugar, também se avista o Estádio Hernando Silas, o mais alto de todo o planeta. Para jogar bola na capital administrativa da Bolívia (a constitucional é Sucre) só mesmo com coca. Adorada por muitos, e demonizada por outros tantos em conseqüência do seu ilícito uso, a planta é utilizada de forma medicinal e religiosa há milênios pelas culturas andinas. Polêmicas a parte, está comprovado que suas propriedades espantam a soroche, o mal-estar causado pelas grandes alturas. Em algumas das muitas barracas que se aglomeram pelas calçadas de La Paz, é possível comprar um saco cheio da planta sagrada por preço irrisório.
Sentindo qualquer inconveniente, basta mastigar a folha no canto da boca, como o típico boliviano, ou preparar o revigorador chá de coca, que garante a energia para se movimentar a mais de 3.600 metros de altitude. Mas a poucas horas de bicicleta de La Paz, a natureza se transforma e possibilita ao visitante o desfrute de um autêntico paraíso tropical. A famosa Rota da Morte, oferecida pelas agências de turismo, é a mais procurada pelos mochileiros que querem se aventurar pelas encostas íngremes dos Andes até a floresta montanhosa, em uma velocidade de até 60 quilômetros por hora.
Quem quiser sentir a mudança gradativa dos ecossistemas devagar, pode optar por um pacote que mistura adrenalina e cultura: caminhada de três dias por uma antiga trilha de pedra, aberta pela civilização tiwanaku e, depois reutilizada pelos incas, e que une o Altiplano boliviano à Amazônia. As subidas e descidas das vias empedradas, dessa vez construídas pelos espanhóis, na zona central de La Paz, também exigem bom preparo físico. Duas das irregulares ruas são lotadas de gringos europeus, concentrando o que há de melhor e mais inusitado na cidade.
Na inclinada Sagárnaga, estão as variadas lojas de artesanato, agências de viagens, hotéis, cybercafés e restaurantes. E na Liñares, o famoso Mercado de las Brujas, onde se pode comprar fetos de lhama secos e tudo mais que se necessita para os rituais da tradição andina. O passado colonial da cidade fundada em 1548 se expressa com mais força nos arredores da Plaza Murillo e San Francisco. São muitas as casas seculares, mas ainda poucas foram contempladas pelo tímido programa de restauração promovido pelo estado. As construções do inicio do século passado da avenida El Prado, a Catedral, os palácios governamentais e a pequena rua Apolinar Jaén são algumas amostras do centro antigo, que também abriga museus, bares e discotecas da Nossa Senhora de La Paz.
Apesar do nome, a cidade foi palco de muitas lutas que marcaram a história da Bolívia. Além da conquista espanhola sobre o Império Inca, que tinha no comando o colonizador Francisco Pizarro, o país sempre sofreu com inúmeras invasões. Talvez a de maior conseqüência tenha sido a Guerra do Pacífico (1879-1884), quando perdeu sua costa para o Chile. Hoje, os pacenhos comemoram duas importantes revoluções: os 200 anos da Independência de 1809, e o seu momento político atual, que voltou a ser dominado pelas populações originárias do vale.
SUCRE
Cidade colonial e libertária, Sucre é um dos destinos que mais preservam a história da Bolívia Sucre, Bolívia: 300 mil habitantes, 2.750 metros de altitude, 481 anos de história. A exatidão dos números explica muito, mas descreve pouco. A Cidade Branca, como é carinhosamente chamada por seus moradores, constitui, talvez, uma das experiências mais intensas que o turista pode ter na terra de Evo Morales. A paisagem é única: casarões que, apesar da fachada austera, escondem pátios espaçosos, decorados por fontes e imponentes colunas.
Praças onde estátuas de heróis da pátria, em pose de desmedida soberba, dividem a paisagem com mulheres indígenas de saias coloridas e longas tranças. E igrejas cuja estrutura, com seus relógios a apontar o andar vagaroso de mais um novo dia, conseguem transportar o visitante a longínquos séculos passados. Sucre é assim: coloca as pessoas frente a frente com o tempo. A história, na cidade, é confrontada a cada esquina. E dá a Bolívia, país (merecidamente) considerado exótico por todo o tipo de forasteiro, novas dimensões: a de uma nação que, não obstante os erros e derrotas, sempre quis trilhar seu próprio caminho.
A cidade é aclamada como um dos berços da liberdade latino-americana: foi o lugar do surgimento, no começo do século 19, de grupos políticos que, aproveitando o caos causado pela deposição, por Napoleão Bonaparte, da monarquia espanhola, começaram a clamar pela emancipação das colônias na América. Eles teriam sido os precursores dos movimentos que lutariam, de forma exitosa, pela independência do continente nos anos seguintes. Com a Espanha fora de jogo, Sucre seria palco de outro evento crucial para os rumos da região: a assinatura da ata que criou, em agosto de 1825, a nação chamada Bolívia.
Alçada à condição de capital do país, e batizada em homenagem ao marechal Antonio José de Sucre (companheiro de Simón Bolívar e um dos principais heróis da campanha de independência), a cidade abrigaria o gabinete presidencial até o fim do século 19 – quando, por razões estratégicas, e sob o peso de uma guerra civil, a sede do poder foi transferida a La Paz. A trajetória de Sucre sempre deu voltas. Orgulhosa de sua história libertária, a cidade é, também, um dos mais lindos exemplos de urbe colonial na América do Sul. Fundada pelos espanhóis em 1538, a então vila de La Plata (como foi inicialmente batizada) ganhou importância quando, nos anos 1540, descobriu-se uma quantidade absurda de prata em terras vizinhas (o futuro município de Potosí).
Ato contínuo, as autoridades espanholas instalaram na vila a Real Audiencia de Charcas, uma das mais importantes instituições jurídicas do continente. Prestigiados centros de ensino e a presença maciça da igreja viriam a reboque. E Sucre tomaria a forma de joia cuidadosamente lapidada que preserva até hoje. Embora não detenha mais a honra (ou o ônus, a depender o ponto de vista) de abrigar os poderes executivo e legislativo do país, o município ainda é a capital constitucional da nação e abriga órgãos como a Corte Suprema de Justiça. Também foi eleito, pela Unesco, em 1991, Patrimônio Cultural da Humanidade. Uma caminhada por suas ruas, vielas e parques não será apenas um passeio por uma das mais impressionantes cidades da América do Sul, mas um profundo mergulho na história boliviana.
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